Imagina reduzir sua conta de luz em, no mínimo, 80%. O que é sonho para muitos tem sido alcançado por alguns consumidores por meio da energia solar. Com crescimento previsto de quase 100% para 2019, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a alteração da matriz energética tem se tornado um bom investimento para proprietários de imóveis e donos de comércios e indústrias (veja as projeções abaixo).
— Sempre tivemos problemas com o custo de energia. Ao construir a minha casa, não pensei na despesa com a conta de luz. Nos primeiros meses, tivemos gastos de até R$ 800. No verão, a conta foi para R$ 1.200. Compramos a ideia da energia solar e estamos notando a diferença. A conta, hoje, é de R$ 180 — festejou o construtor Marcone Severino da Silva, morador do Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Marcone é um dos exemplos de consumidores que apostaram nas alterações propostas pelas empresas que atuam na troca da matriz energética. O procedimento requer um investimento inicial, com o cálculo base partido do metro quadrado das placas de captação da energia.
— Para realizar uma instalação, nós fazemos um projeto para o cliente e apresentamos todos os tipos de viabilidade. Sempre indicamos que o retorno do investimento acontece, na média, entre 3 a 6 anos, dependendo do tamanho do empreendimento — explicou Pablo D’ornellas, responsável pela Solfortes Engenharia Sustentável, que adiantou o tempo necessário para instalação.
— Estamos encontrando um entendimento maior com as distribuidoras de energia. Antes, a gente demorava de três a quatro meses para fazer a troca da matriz energética de um cliente. Esse tempo caiu para até 30 dias — festejou D’ornellas.
É possível compartilhar
Desde 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu a possibilidade de consumidores aderirem o sistema de créditos de energia solar. A base da distribuição funciona da seguinte forma: o usuário que possui uma matriz energética solar pode acumular toda a produção que não é utilizada durante o mês pela sua residência ou pelo imóvel comercial. Esse estoque poderá ser utilizado pelo “dono” da forma que ele considerar mais apropriada.
— É possível jogar os créditos de um dos imóveis que você possui para outro que não tem a área disponível para a instalação. Isso é possível. Se você tiver uma casa no campo e quiser compartilhar a energia que é produzida lá para outro imóvel, é algo viável de ser feito — explicou Pablo D’ornellas, responsável pela Solfortes.
Para calcular o excedente, o proprietário precisa instalar um relógio especial para registrar consumo. O compartilhamento é possível quanto os imóveis estão sob o mesmo CPF ou CNPJ, e estejam situados na área da mesma distribuidora de energia.
Sindicato tem programa para nova gestão
Com o crescimento da procura pela energia solar, o Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de janeiro (Sindistal) tem disponibilizado a consumidores residenciais, empresas e indústrias a adesão ao Programa de Gestão em Eficiência Energética (PGEE).
— O PGEE não só reduz e otimiza o consumo de energia, mas também promove para a sociedade a consciência da necessidade do uso racional dela. Além disso, atua na busca de alternativas energéticas, mais sustentáveis e economicamente mais viáveis — disse Fernando Cancella, presidente do Sindistal.
Desde o 1º semestre de 2018, o PGEE passou a catalogar as empresas responsáveis por serviços de troca da matriz enérgica. Hoje, por meio da representação de empresas, é possível solicitar a análise da instalação de placas geradoras de energia solar e uma avaliação sobre os custos que envolvem a alteração.
Segundo o Sindistal, foi disponibilizada uma Central de Serviços com cerca de 130 empresas cadastradas, certificadas e tecnicamente aptas a prestarem serviços referentes ao PGEE. Do total, são 26 empresas de sistemas fotovoltaicos, 45 de sistema de energia elétrica e 68 de sistema a gás.
— Cada projeto desenvolvido dentro do PGEE visa contribuir para o aumento da produtividade e competitividade das empresas de nosso estado, mas também tem foco na redução do impacto ambiental promovido — concluiu Cancella.
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